quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Texto 33

33 Invenções malucas que me levou para diversos lugares, com diversas pessoas, em diversas situações, sem limites, sem fronteiras, sem parar. Uma época marcada de aventuras e desafios. A vida se mostra um grande ponto de interrogação e o seu objetivo é transformar este signo em um gancho, onde te possibilita reconhecimento e segurança diante de tudo e de todos. Uma vez ganhei um brinquedo que continha o numero 33 em destaque. Não entendia o porquê e o que era aquilo, mas se tornou especial. Utilizamos códigos para uma comunicação em nossa sociedade e quando não os entendemos, procuramos uma forma de decifra-los ou ignorá-los. Na infância, estamos em fase de aprendizado diariamente e tudo se torna obstáculos que queremos superar. Neste caso, me apeguei àquele símbolo de uma maneira estranha, mesmo sem fazer sentido ele era importante. E ainda o é. Não me apego à ciências numerológicas, e sim por lembranças que me proporcionaram momentos de prazer. 33 Lembranças, alegrias, tristezas, sonhos, aventuras, amigos, músicas, broncas, hematomas, histórias, poderes e manias. Não me importo que me chamem de louco por gostar da união de dois simples números, só desejo tirar esse ponto de interrogação e repetir as reticências 11 vezes.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Objetos inquietos

Mudava a porta para o telhado e a janela se tornava o chão.
A fechadura trancada pelo espelho e aberta pela sala, se escondia no porão.
O tapete que antes cobria a sujeira virou cortina para a recepção.
E a chave que não abre a porta, se perdeu em pura contradição.

sábado, 8 de dezembro de 2012

O Julgamento

Embriagado pela emoção do momento não consegui perceber os meus erros diante daquela situação. Nessa hora, é possível acreditar na perfeição do homem. Mas passa. Vejo tudo o que eu fiz lá trás e me orgulho. Apesar das falhas, me coloquei em público e testei os meus limites, me joguei aos leões sem armadura e sai ileso. Apenas com alguns cortes. O ano inteiro me preparando para tal momento, cada hora, minuto, segundo e milésimo. Tenho registro. Vou me lembrar  a cada década, que já tive um dia de glória. Pois a vitória não é só ganhar um prêmio, é ganhar respeito também. Ás vezes é bom ter jurados lhe avaliando, afinal, lidamos com o sim e com o não à todo momento. Inevitavelmente.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ordem

A caneca é a base do leite
A caneca é apoio pra gente
Tem gente que sem leite é café
A caneca para o café é o pé

O chão sustenta a palma da mão
Do homem, da planta e do animal
O corpo aguenta tudo por igual
O equilíbrio entre a força e a reflexão

Educação é o princípio do humano
Da grande maioria afinal
Aquele sem princípio é o insano
Banido para o espaço sideral

A parede é a base da casa
Passarinho não é nada sem asa
A pizza depende da massa
Ideologia é a estrutura da raça

A caneca é a base do leite
Do homem, da planta e do animal
Aquele sem princípio é o insano
Ideologia é a estrutura da raça

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Futuro previsível

- O que? Ele fez isso?
- Nossa, quem diria, um rapaz tão bom.
- Sempre foi um exemplo na sociedade
- Como será que estão os pais dele?
- Eu sempre desconfiei. A mim, ele nunca enganou!
- E pensar que já fui amiga dele.
- Nada é mais como o mesmo, se até ele está fazendo isso.

Eu deveria ter pensado melhor antes de fazer isso. Uma decisão, apenas uma decisão, pode jogar a sua vida inteira dentro de um poço sem fim, com espinhos na parede que vão rasgando a sua face e destruindo em pedaços a merda de ser humano que você se tornou. Apenas uma atitude desesperadora para libertar a minha alma que, de tanto chorar, já alagou todo o meu corpo. O meu coração boiava diante desse dilúvio e o meu cérebro não conseguia mais pensar. Não imaginava que uma simples escolha causasse tanto ódio e tanta repulsa aos outros. Mentes evoluídas que neste momento, se mostram em uma pré-história sem igual. Em suas palavras o encorajam a fazer qualquer coisa e quando as realiza te destroem, te excluem, te exterminam. Você é livre para fazer qualquer coisa que esteja no livro, mas não escreva o seu livro. As páginas já estão numeradas para você não perder a conta. Mas agora é tarde, estou preso neste planeta até segunda ordem. Ficarei do lado daqueles amigos estranhos, que só abraçam a causa e não a mim.

sábado, 10 de novembro de 2012

Agradecimento

Hoje já faz um mês que estou postando as minhas COGITATIONES, e gostaria de agradecer a todos que estão me apoiando e estão lendo as minhas histórias. Especialmente, gostaria de agradecer ao Ivan Montanari e o André Almeida por serem os meus maiores incentivadores a montar este blog. Sem duvida, a grande ajuda diária de Cristiane Lustosa que além de fazer as correções dos meus textos, (tenho certos problemas com a língua portuguesa), acabou se tornando uma grande amiga. Na ausência dela, outras pessoas já me ajudaram nas correções, como André Almeida, Fernanda Domingues, e Renato Souza. E a Camilla Dorta, por divulgar e recomendar o meu blog no blog dela. Escrever os meus pensamentos em um espaço online aberto, esta sendo uma experiência muito importante para mim, e isso só esta acontecendo por que vocês estão me ajudando. Obrigado a todos!!!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Atrasado

Estou brigando por nada. Já não consigo mais rir das mesmas piadas, principalmente se elas são comigo. Minha vida está em alta frequência, tudo e nada acontecendo ao mesmo tempo. Já não sei se o meu coração aguenta tantas batidas. Não deixo de sorrir nenhum dia, porém, já fazem dias que os meus sorrisos não saem naturalmente. É mais fácil conseguir os sorrisos dos outros. Engano à mim mesmo diariamente, para aumentar o meu ego, mas não está mais funcionando. Preciso tomar alguma decisão e algumas atitudes, ou então, aceitar e desistir de vez. Estou parado sempre no mesmo lugar, olhando todos passarem por mim. Todos estão correndo, crianças, idosos, adolescentes, cachorros, mesas e cadeiras. O meu filme não vai concorrer em nenhuma premiação. Então, por quê continuo a procurar o pote de ouro? Talvez, o arco-íris surja da chuva ácida e por isso não encontro nada e ninguém. Chuva ácida, corroendo todos os meus dentes, que, cansados de morder, se propuseram a permanecer quietos. Belos dentes quietos.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ele & Ela

Ele vivia sempre sozinho, mergulhado em seu mundo. Ela vivia sempre rodeada de muitas pessoas, esse era o seu mundo. Ele tomava café para não dormir abraçado com o vazio. Ela fugia de tudo para dormir o máximo possível, para não ver todos. Ele queria que os seus desenhos fossem admirados ao menos por uma pessoa. Ela queria alguém para ouvir a sua canção. Ele começou a limpar chão, para continuar tendo um teto. Ela gostava de cantar no teatro vazio para as cadeiras vermelhas. Ele sentou em uma cadeira vermelha, admirado com o que ouvia. Ela parou de cantar ao ver que as cadeiras deixaram de ser o seu púbico. Ele pediu desculpas por atrapalhar o seu momento de desabafo. Ela sorriu e aceitou as desculpas. Ele contou sua historia, falou de suas angustias e expressou o que sentia naquele momento. Ela contou sua historia, falou de suas angustias e se comoveu com o que ouviu.

Eles se apaixonaram e não queriam que acabasse aquele momento. Eles ficaram felizes e resolveram mudar suas vidas.

Ele começou a desenhar mais, e passou a divulgar todas as suas obras. Ela se desfez de amizades falsas e começou a cantar para um público vivo. Ele mudou de emprego, e começou a ganhar a vida através do que mais lhe dava prazer. Ela se afastou da fama, e começou a dormir menos, pois ficar acordado já lhe dava mais prazer.

Eles coloriram o mundo, e utilizaram cores que só o amor poderia proporcionar. Eles esqueceram a solidão e escolheram viver em plena comunhão. Eles foram para debaixo do mesmo teto, e através do chão liso, deslizavam para debaixo dos lençóis. Eles viram o tempo passar, e junto do tempo, a vida não parou.

Ele não parava mais em casa, e com as viagens longas e importantes, vivia rodeado de pessoas. Ela cantava para as paredes de sua casa, e aguardava a chegada de seu ouvinte. Ele voltou com um sorriso no rosto e com uma situação financeira cada vez mais favorável. Ela também estava com um sorriso, e uma saudade que explodia de seu coração. Ele foi dormir, pois o seu corpo suplicava por descanso. Ela tirou o sorriso e percebeu que aquele teto já não cobria a mesma felicidade.

Eles se tornaram cada vez mais distantes, as pinturas e o canto já não estavam mais no mesmo ambiente. Eles pareciam dois estranhos, e os olhares já não conseguiam mais se encontrar. Eles resolveram conversar e decidiram que daquele jeito não dava mais para continuar.

Ele pegou os seus quadros e foi embora. Ficou triste com a partida, mas sabia que iria sobreviver. Ela ficou na casa sozinha e só queria dormir para o mundo tentar esquecer. Ele viajou com a arte e o seu caminho ainda tinha um colorido, diferente, porém intenso. Ela estava em um mundo escuro e então percebeu que não tinha mais razão para viver.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Noturno

Que bom que existe a noite! A lua é minha melhor amiga. Ela me ouve, me entende, me ilumina. A noite permite ir longe, com os meus pensamentos, com os meus pés no asfalto. A escuridão esconde as coisas ruins, nos becos, postes, casas abandonadas. Outras luzes me iluminam, outros anseios me instigam. Viajo com as estrelas, ando, voo, flutuo. Corro ao perceber que o sol está chegando... E procuro novamente, a noite mais próxima.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Confissões de um ator

É neste momento que eu sinto que faço a diferença na vida de outras pessoas. Ouço os três sinais tocarem e o meu coração dispara. Os holofotes já estão acesos, é hora de começar. Em passos lentos e curtos vou me aproximando para o centro do palco, minhas mãos estão trêmulas, na verdade, estou tremendo por inteiro. Quando paro e olho para todos, as minhas palavras saem naturalmente e o espetáculo começa. Eu não estou procurando a fama, e sim, a minha felicidade. E não estou procurando só a minha felicidade, estou procurando a sua, a dele, a de todos. Quero acrescentar algo para a vida de alguém, mostrar as minhas reflexões e ouvir a do outro. Nas diversas tarefas rotineiras que sou obrigado a fazer, não consigo mostrar quem realmente sou. Viro apenas mais um. Mas diante da plateia, me sinto no lugar certo, me sinto a vontade e com vontade de me jogar no meio de todos. Sinto-me vivo, ativo, inteiro, disposto e completo.

E entre a felicidade e o drama, participo da trama e me envolvo no jogo da atuação.
Entre a vida e a morte, eu arrisco a sorte e me entrego ao personagem.
Entre a dor e o prazer, eu aprendo a crescer e viro o adulto na criança.
Entre o sonho e a realidade, eu entendo que a verdade é acreditar no que eu quero ser.

Sei que sou mais um, entre tantos que escolheram viver para o teatro. Mais uma estrela entre milhões, que querem brilhar na noite mais escura, para serem visto por todos. Porém, acredito que, mesmo na terra como no céu, todos têm espaço. A rua pode ser o nosso palco, a parede branca pode ser o nosso cenário, nossos corpos nus podem ser o figurino, e apenas uma pessoa aplaudindo o seu trabalho, é a sua plateia inteira.

sábado, 3 de novembro de 2012

Fonte de felicidade

Depois de muito tempo pensando em vir aqui, tomei coragem. Preciso te falar algumas coisas. Coisas que eram para ficar no passado, mas que o coração e a consciência não me deixaram esquecer. Á princípio queria esclarecer que, quando chegou ao fim, não fiz isso por outra pessoa, e sim, por mim. Tudo foi ficando estranho ao longo do tempo. Suas palavras já não me confortavam mais, os seus beijos não me envolviam como antigamente. Sentia-me mal ao ver a sua alma clamando os meus abraços e a minha não conseguir corresponder. De certa forma você me prendia sem intenção e me sufocava com todo o seu amor sincero. "Amor", onde tudo começou. Tínhamos opiniões diferentes sobre esse sentimento tão frágil. No dia em que fui falar com você, confesso que estava ansioso para que tudo acabasse, pois finalmente encontraria a minha liberdade, entretanto, tinha plena certeza de que me arrependeria amargamente por esta decisão. Naquele mesmo mês, fiz tudo o que queria fazer antes e não conseguia. Foi bom. Mas o tempo foi passando, e a diversão também. Hoje me encontro desesperado, revirando o passado, na busca de sentir as mesmas alegrias que sentia quando estava ao seu lado. Que inocência! Hoje vejo todos em minha volta andando em passos mais acelerados e mais fortes, e eu, cada vez mais devagar e solitário. Vejo fotos suas distribuindo sorrisos, sorrisos que um dia já foram para mim. Não vim aqui para pedir perdão, vim apenas para lhe contar que, apesar das más escolhas que cometi, a melhor delas foi dizer à todos que você foi a minha “inesquecível fonte de felicidade“.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Entre a sorte e o azar

Zico era um menino muito azarado. Tudo dava errado em sua vida de pré-adolescente. Até que um dia, logo depois de cair da cama, como sempre, ele resolveu mudar essa situação definitivamente. Então começou a ler desesperadamente sobre o assunto e encontrou uma possível solução. Ele teria que subir na árvore mais alta que encontrasse e gritar o mais alto que pudesse. Depois de ter deixado o livro cair em seu pé, ele resolveu ir em busca da grande árvore. Andando pela cidade, encontrou um Jatobá, que ficava ao lado de uma emissora de rádio. Ele começou a subir, machucou os pés, as mãos, a barriga e mais algumas partes do seu corpo. Quando chegou lá em cima, gritou com toda a força. No mesmo instante, Afonso que é locutor do programa “barulho do momento”, estava bebendo o seu café tranquilamente, olhando a paisagem pela janela. Ao ouvir o grito se assustou, e deixou cair todo o seu café que atingiu a cabeça de Dona Vera, uma mãe que passeava com o seu bebê Adolfo, dentro do carrinho, que gritou de dor por conta do café quente que cobriu o seu rosto. Ela empurrou o carrinho da criança, que foi direto para um cruzamento, fazendo com que todos os carros parassem imediatamente. Mas com o freio brusco, a calota do carro de Fred, o taxista, saiu rolando rua abaixo, passando por cima do rabo do gato Nino, que deu um salto e caiu no colo do Adão do lixo, que acabou sendo todo arranhado pelo gato assustado. Depois do Nino sair correndo de seu colo, em plena fúria, ele pegou uma pedra que estava no chão e atacou em direção ao gato, mas errou e acabou acertando a cabeça de Manuel, pintor profissional, que carregava uma lata de tinta vermelha, que com a pancada, acabou deixando a cair no chão e atingindo os pés de madame Mercedes, que ficou desesperada por manchar seus sapatos de pele de mão pelada. Ela saiu correndo em direção ao seu carro e esbarrou em uma escada onde estava o eletricista Teco, que acabou caindo em cima do carro do policial Fontes. Ele saiu do carro, xingando o eletricista. Sem pensar, pegou sua arma e atirou no pobre coitado, mas errou, atingindo a mão do vendedor de balões de ar, que por sua vez, deixou todos os balões escaparem. Zico, ainda estava em cima da árvore, pois quando olhou para baixo não teve mais coragem de descer, quando viu os balões vindo em sua direção, deu um pulo e tentou pegá-los, mas infelizmente não conseguiu. Zico finalmente conseguiu sua sorte tão almejada, pois mesmo estragando o dia de tantas pessoas, todos apareceram no seu velório, e choraram sinceras lagrimas pelo garoto.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Vontade impulsiva

Hoje eu acordei para transformar o mundo e abrir aquela gaveta cheia de sonhos e projetos ainda não realizados. Nada mais pode me impedir, nada mais. Para começar, eu vou mudar de emprego, virar médico, artista e professor de matemática. Vou terminar a faculdade, e começar outra, e ao mesmo tempo fazer uma pós e um curso de culinária. Vou mudar as minhas roupas, usar mais camisas, chapéus, meias azuis, colocar gravata e andar de sapato bicolor. Vou atuar mais, escrever mais, dançar mais, aprender a cantar, a desenhar, a pintar e tocar violão. Vou viajar, conhecer cidades, estados, países, outros planetas. Quero ser astronauta. Vou desenvolver sites, cuidar de cavalos, esquentar a água do café, ter seis filhos, comemorar mais um aniversário, desenvolver uma coleção de inverno, plantar um pé de jabuticaba, ler quadrinhos, beber com os amigos, nadar no rio, jogar peteca, cuidar de um cachorro de rua, me excluir de uma rede social, dormir na rede, arrumar o meu quarto, assistir mais filmes, participar de um filme, tirar foto com a família, tomar chuva, participar de um projeto científico, deixar a barba crescer, correr todos os dias, aprender a dançar o moonwalking, sair mais, quebrar um copo, me apaixonar, realizar uma chamada restrita, guardar um segredo, mudar o plano de fundo do meu computador e comprar uma escova de dente que não seja azul ou verde. E depois de tudo isso, eu vou parar e olhar, e quem sabe finalmente ler um livro.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Um crime e uma confissão

Sou um assassino. Estou confessando o meu crime, pois não aguento mais viver com essa culpa percorrendo todo o meu cérebro. Matei por amor, apesar de não ser uma justificativa racional. Fui um fraco em achar que tudo poderia ser resolvido através da minha lógica doentia. Tentei me proteger com o ataque, já que a defesa não me servia mais de nada. O problema de você se esconder a vida inteira é que quando você resolve aparecer você quer ser olhado por todos. Os olhares que você evitou em sua vida, prestando atenção em você, sem exceções. Eu consegui. Agora todos esperam uma explicação, pois eu sabia que era crime, e como um reles mortal, não tenho direito de acabar com a vida do próximo. Pois bem, explicarei. Em nenhum momento me achei superior, ou dono da verdade, eu queria vingança. Um sentimento completamente estúpido, porém, impulsivo. Não achei certo acontecer aquilo comigo depois de ter provado para a “sociedade” que sempre fui decente e a respeitava muito. Vocês não me ajudarão em nenhum momento, palavras de consolação não mudam os fatos, apenas cumpri um dever ético. Se hoje sou julgado e condenado, eu aceito, pois não posso mudar aquilo que todos têm medo de mexer, afinal aprendemos em nossas escolas para não mudar as regras, já que está dando certo. “Dando certo?”. Agora vou passar o resto da minha vida conversando comigo mesmo em um lugar escuro e úmido e me arrepender… por nunca ter dito isso antes.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Ainda personagem cotidiano

Sete horas da manhã. Olho para esse papel todo rabiscado e não tenho coragem de rasgá-lo. Um ser totalmente covarde. Prefiro esconder ao invés de apagar. Enquanto isso, pago todos os meus pecados por não saber escrever ao certo a minha história. Não consigo acreditar no meu drama. Já não sei se a culpa é minha ou é de todo o resto. Tracei uma reta, do início à outra extremidade e coloquei metas a serem atingidas. Típica tática de jogador derrotado. Você rabisca o mapa mundi, e pinta apenas o seu país, ou melhor, a sua cidade. Está Decidido. Vou continuar seguindo este roteiro, na tentativa de corrigir os meus erros, e evitar improvisações a todo o momento. Comecei a rabiscar novamente, agora escreverei embaixo para não ter de olhar para cima e ver tudo aquilo novamente. Estou longe do ponto final, ainda tenho muitas interrogações para resolver.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Voar

Voar é flutuar no ar. Voar é o maior desejo do ser humano. Voar é sonho. Voar é dançar com o vento. Voar é se entregar ao vento. Voar é fugir para bem longe. Voar é chegar bem rápido. Voar para se esconder entre as nuvens. Voar é arriscar a vida, entre raios e trovões. Voar é demonstrar equilíbrio, com a alma e o corpo. Voar é ser herói. Voar é migrar para o sul. Voar é chegar ao ápice da imaginação. Voar é ser criança. Voar é relaxar. Voar é ir para a lua. Voar é voltar da lua. Voar é ir visitar um parente que mora longe. Voar é buscar o parente que mora longe. Voar é o título. Voar é uma história. Voar é viajar. Voar é descansar. Voar é desencanar. Voar é simples...Simplesmente tirar os pés do chão.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ao seu lado

Você pode me ajudar a sair deste tormento? Estou a procura de uma solução viável para realizar o meu sonho inefável. Todos estão do meu lado, e fico muito feliz por isso, mas ninguém realmente está conseguindo me entender. Tenho medo de tentar explicar e virar uma notícia mundial. O segredo não existe mais, ele sempre vai ser multiplicado. Enquanto descanso em um leito tranquilo, as palavras que entreguei ao meu braço direito, estão sendo ridicularizadas, partindo para todas as direções com o destino de voltar para o seu emissor. Até que uma bola de neve te acerta, e você fica jogado no chão, na tentativa de se enterrar e se esconder das risadas ao redor. Isso coloca em xeque o que é a amizade hoje em dia. Ter amigos é uma das coisas que eu mais valorizo, pois são pessoas que querem o seu bem e estão sempre dispostos a te ajudar. Assim diz a teoria. Muitos reclamam que hoje em dia amizade é só a canina, e essas mesmas pessoas tem mais de 300 amigos dentro de uma rede social. Nada contra, apenas analiso a contradição. Falsidade é engraçado, pois nessas horas parece que todo mundo é ator e o meu papel não vale nada. Apesar de tudo, ainda acredito na amizade e coloco a minha mão no fogo por essa convicção. Mesmo não me entendendo, ainda estão ao meu lado, tirando sempre um sorriso sincero, de um desespero interno.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Dançando até o fim

Passei a vida inteira procurando por alguém como você e agora eu a encontrei. Exatamente do jeito que eu imaginei. Nos afastamos de tudo e fugimos para uma casa nas montanhas. Tudo perfeito, o tempo, a casa, a lareira, o vinho, você. Você se comprometeu a dançar comigo até o fim. E o fim se aproximou na mesma semana. O fim do mundo? É nessas horas, que vemos como o homem se acha importante, superior. Porque o fim do mundo e não o fim da terra? Vamos embora e levar tudo com a gente? Basta! Chega de tanto egoísmo. Agora, tudo está sendo destruído diante dos meus olhos e ainda estamos dançando.  Chega a ser terrivelmente engraçado, quando finalmente, eu encontro a pessoa que faltava em minha vida, em questão de minutos, tudo vai acabar. Dilúvio, terremoto, um buraco se abrindo no centro e puxando qualquer coisa existente. Não me interessa como será o fim, nem tampouco o que virá depois. Passei a vida inteira sofrendo por alguém que nunca conheci. E agora, estou no momento mais feliz da minha vida, cantando, sorrindo, chorando, amando, dançando... E morrendo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Olhos vermelhos

Os meus olhos vermelhos enxergam a dor. Já faz um bom tempo e mesmo assim, não consegui me acostumar. Todos dão risada de mim, pois me nego a dar gargalhadas de coisas terríveis. Assustam-se quando eu digo que a minha infância não foi 60% sangue. É ficção, é mentira. Então porque eu vou acreditar em uma mentira que não irá me trazer nenhum beneficio? Começamos neste momento a separar o caráter de cada ser humano. Não estou me colocando em uma posição superior a ninguém, pois apesar de não tirar sangue do meu próximo, eu arranco lágrimas. Uso palavras que podem despedaçar mais do que mil bombas. Os meus olhos vermelhos criam conclusões nas cabeças alheias. Sou julgado por cometer atos não legais. Confesso que é legal passar por isso. O problema é que ter olhos vermelhos é dolorido, pois me fazem chorar sem sentimento algum. Ultimamente, essa é a única coisa que me faz chorar. A cura industrial já me foi oferecida e eu a ignorei sem razão alguma. Sou movido à emoção. Estou à procura de óculos escuros, para enxergar o mundo inteiro pintado de vinho.

domingo, 21 de outubro de 2012

Mais um desabafo noturno

Tenho muitas obrigações nessa vida. E pode ter certeza de que, uma delas não é ficar agradando a todos. Já me preocupo demais com pessoas que não estão nem aí com o meu pão de cada dia. Só querem que eu compre a margarina delas. No momento sinto uma raiva misturada com uma melancolia. Procuro formas de explicar o porquê de reclamarmos tanto, dizendo que a vida é injusta, sendo que não lutamos mais por justiça há muito tempo. Lembro-me de uma época, onde a minha maior preocupação era planejar milimetricamente como gastar a minha mesada. Antigamente uma fortuna valia 10 reais. E como estão as coisas hoje? Encontro-me de madrugada, em frente a um monte de letras presas em pequenas jaulas, soltando-as de maneira organizada, em uma folha que não amassa, tentando descrever os meus sentimentos. Sentimentos reais, registrados em mundo virtual. E nesse mundo virtual, os vendedores de margarina me mandam saudações diariamente. Mas não é por isso que estou sentido raiva. Sinto-me assim, pois, encontro-me de madrugada, sentado na frente de um computador, digitando o que me vem à cabeça. Desesperos reais, em um calmo mundo virtual.

sábado, 20 de outubro de 2012

Amante de aniversários

Sou um amante de aniversários. Esquisito? Prefiro ver como diferente. Não sou do tipo negativo, que encara essa data como um dia a menos, ou uma ruga a mais. Se parar para pensar de maneira positiva, esse ritual celebra a sobrevivência de um indivíduo em meio a tantos perigos. Lembramos episódios de nossas vidas o tempo todo, e muitas vezes essas lembranças nos ajudam em momentos difíceis. O aniversário não passa de um dispositivo social, que remete ao dia do seu nascimento e toda trajetória deste dia até hoje. A comemoração é feita com o objetivo de marcar anualmente, de uma maneira divertida. Ou então, tudo o que eu disse é uma grande tolice e não passa de mais um evento capitalista. Muitas pessoas gostam pelos presentes. É justo. O erro é separar amizade por quantidade. Só não acredito na parte dos pedidos. Se fosse verdade, aniversário seria para poucos, pois haveria uma padronização com um sistema de cota de pedidos. Aniversário deveria ser feriado individual. Deveria haver mais aniversários e feriados. Agora percebi que para gostar de aniversário, tem que ser... Diferente.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Personagem cotidiano

Perdi aquele papel hoje mais uma vez. Não consigo lembrar nada quando os números estão correndo alucinados. Se é que estão. Não consigo acrescentar mais nada para essa história. Se é que um dia eu acrescentei. Não posso pedir ajuda. A minha cota de necessidade já passou do limite. Na verdade prefiro que seja assim. Acabei acostumando a viver sozinho no meio da escuridão. Às vezes alguns morcegos voam, me atrapalhando na minha caminhada rotineira, mas na maioria das vezes consigo desviar. Eu gostaria de voltar um pouco no tempo e escrever com mais calma do jeito que me pediram. Eu tento seguir andando em cima dessa corda bamba, mas a ansiedade é o meu maior desequilíbrio. Não faço por mal, eu faço mal. Estou ficando igual aos meus ídolos, porém, eles não estão gostando nada disso. O problema é o filtro, acabo extraindo as coisas erradas, contaminadas por erros pessoais. O erro pessoal é único, quando é copiado ele passa por uma mutação e se transforma em um monstro que devora o seu sucesso. Ou pior, devora a sua obrigação. Cansei desse papel, quero trocar, quero ser outro personagem, quero ter outros deveres e conseguir realiza-los. Se for feio desistir, eu desisto da beleza e assumo esse papel. Pois agora eu já o achei e estou disposto a rasgá-lo, mesmo que para isso eu tenha que perder todas as linhas que nele habita.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Lar, doce lar...

Meu lar, minha vida, meu canto. Canto esquerdo, direito e ali. Ali está, intocável, quieto, do mesmo jeito de sempre. Sempre arrumo e bagunço do meu jeito, à minha maneira, respondendo à minha vontade. Vontade de não sair daqui, de fechar a janela e permanecer sozinho pelo resto do dia. Dia com muito sol, porém, sem muita cor, dia estranho. Estranho é querer ficar aqui e ao mesmo tempo fugir, estranho é sair por ali e entrar por aqui. Aqui é uma prisão? Isso não é real? Acho que estou perdido. Perdido entre minhas dúvidas, perdido entre o meu cobertor, perdido no meu próprio lar, só meu. Meu lar, minha vida, meu canto. Canto esquerdo, direito e ali...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Dois cafés e varias lembranças

Aceita tomar um café?  Que bom! Sente-se. Há quanto tempo não paramos para conversar? Você lembra de como éramos felizes com tão pouco? Os sorrisos se manifestavam quase que por instinto. Ficávamos juntos 18 horas por dia. Era da escola para o serviço, e logo ao chegar em casa eu te ligava, morrendo de saudade. Você não vai tomar o seu café? Eu me lembro de uma vez em que você ficou doente. Confundiram o seu diagnóstico e disseram que não havia cura. Não sei  como estou aqui te contando isso, pensei que iria morrer de tanto medo. E quando soube que era engano, eu já tinha certeza que você era especial.  Ouça o que eu digo, vai esfriar, beba. Coloquei pouco açúcar, do jeito que você gosta. Quero te dizer uma coisa... Lembra daquele dia em que você me chamou para a sua formatura e eu não fui? Eu menti para você. Eu não precisei ficar até mais tarde no serviço, mas sinceramente eu não conseguiria ver você partindo. Você estava tão empolgada com a sua independência, que tenho certeza de que não largaria tudo para ficar comigo. Eu faria isso. Mas agora é tarde, você realmente se foi  naquele dia. E depois de tanto tempo, eu te encontro aqui, no último lugar em que eu esperava te encontrar.  Por isso, lhe trouxe essas flores e esta xicara de café. Para relembrar e lamentar o quanto eu queria estar ao seu lado quando você partiu para sempre.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Contagem Regressiva

(10) Já não temos tempo para pensar, precisamos tomar decisões rápidas sem perder um segundo. (9) Escolher as pessoas certas para andarem ao meu lado e utilizar a minha maldade para excluir alguns. (8) Não há mais tempo de respirar, o oxigênio já é um item supérfluo. (7) As lembranças começam a sumir, não adianta planejar mais nada para o futuro e o presente já não é mais surpresa. (6) Sei que lágrimas já não adiantam, porém, elas ainda conseguem ir a um percurso correto. (5) Já na metade, prefiro pular para o fim (4) A mão já esta trêmula, não sei mais o que significa equilíbrio. (3) Falo baixo, poucos me ouvem, a minha visão já não é mais a mesma, só consigo ver o óbvio. (2) Uma vontade de gritar desesperadora. Estou esperando o filme da minha vida passar nessa parede branca, mas pelo visto isto é lenda. (1) Agora é a hora do Adeus, sinto em deixar todos vocês, mas... (0).

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Qual é o seu preço?

Me diz quanto você quer por esse carro? Me diz quanto você quer por essa blusa? Me diz quanto você quer por essa joia? Tudo já está devidamente etiquetado para não termos nada de graça. Muitas pessoas zombam quem adora uma figura divina, e essa mesma pessoa adora um deus de papel. Nos matamos de trabalhar e muitos trabalham para matar e aumentar a sua riqueza. Eu sei que hoje em dia precisamos de uma boa situação financeira para viver bem, porém, viver bem não é necessariamente ter dinheiro. A saúde ficou em segundo plano. Não importa se estamos com o prazo de validade vencido, o importante é termos marca. Hoje já podemos comprar sentimentos que até pouco tempo eram raros e preciosos. A hierarquia já esta estabelecida, e permanecer embaixo da pirâmide é mostrar ignorância. Me diz quanto você quer por esse abraço? Me diz quanto você quer por essa criança? Me diz quanto que você quer por essa alma?

domingo, 14 de outubro de 2012

Acordar

Chega um momento da vida em que precisamos parar de ter dó de nós mesmos. Infelizmente as coisas não caem do céu, e esperar, é construir o próprio inferno. Uma hora todos vão embora. Duas horas e você já está sozinho. Sua sombra passa ser o seu único amigo, e o seu sonho, seu único amor. Mentir para si mesmo é a maneira mais emocionante de enganar a vida. Procurar uma solução passa a ser necessidade. A fé é importante, mas não o essencial. Quero encontrar alguém para me ajudar, alguém que possa me ouvir e me beijar nos meus piores momentos. Não quero ser feliz o tempo todo, só no tempo certo. Já ouço as janelas se fecharem, e é óbvio que a porta já esta trancada. Mas sou obrigado a assumir que a chave está no meu pescoço, enforcando a minha coragem e a minha dignidade. Acordar: Tirar do sono, ativar, reanimar... Tudo tem um significado. Então...Por que existe a dúvida?

sábado, 13 de outubro de 2012

A duvida do dia

Sem querer me envolvi em um lençol de interrogações. Não sei se é vantagem já que a maioria não sabe mais perguntar, só concordar. Nem sei como estou aqui, apenas me lembro daquela mão me puxando e dizendo: “vai ficar tudo bem”. Eu confiei, deixei ser levado para testar o caráter do ser humano. E consegui. As minhas conclusões foram que existe lealdade, mas andando sempre do lado da maldade. Todos possuem um lado ruim, todos possuem dias ruins. Por isso resolvi tirar as minhas duvidas do chapéu e investigar a consciência das pessoas. Quanto mais eu esclareço mais me esqueço do motivo real de começar essa pesquisa. Em seu término cheguei a um diagnostico já existente, “a verdade é provisória”. No fim tudo é real por enquanto. Pronto, Já posso dormir com mais uma pergunta respondida e esperar a questão de amanhã.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Manhã de chuva


Bom dia pássaros e árvores, como vão? Espero que estejam alegres, assim como eu, nessa manhã linda de chuva. Linda sim, pois a água ainda é pura. E o que tem demais na pureza? Bom, hoje em dia nada, mas já houve um tempo em que a pureza era deveras apreciada. Hoje, já estamos dominados pelas mentes de puro agrotóxico. Não estou alegando que estamos errados, afinal, nem posso, já que faço parte dessa fábrica de lavagem cerebral. Isso seria falta de ética. Retomo a minha felicidade estonteante, pois apesar da tempestade, estou seguro. Vivo em um lugar à prova de natureza, por isso carrego a certeza de que não vou me molhar. Fico olhando gota por gota cair e penso: Como algo tão delicado e tão bonito como a chuva, pode causar tantos danos? Penso da mesma forma em relação ao homem; Como um ser tão inteligente e tão forte pode destruir aquilo que é dele? Penso, entristeço e fico a olhar os pássaros se escondendo e as árvores crescendo, através da janela embaçada do meu quarto seguro.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Sala

Não temos mais controle do tempo, pois ele nos prendeu em uma sala com ponteiros que nos arrastam em uma ordem numérica a dar voltas no mesmo lugar. Muitas pessoas já se acostumaram, eu não. Na verdade, descobri que tem pessoas manipulando essas salas, vigiando cada vez que você pula para um novo momento. Preocupo-me em ficar preso aqui para sempre, pois ainda não descobri como sair desse espaço, igual os personagens dos meus sonhos. Aliás, eu consegui sonhar acordado, isso é uma tática para quem cansou de viver a realidade ou, pelo menos, de viver em alguns momentos. Não tem graça jogar um jogo onde não há final. Mas não vou desistir. Até porque tenho tudo planejado. Já escrevi no papel o mapa para encontrar o botão de desligar.  A dúvida é se desligo a minha alma e vivo “feliz” na sala ou se desligo o meu corpo e simplesmente vivo. Agora preciso ir, pois “delicadamente” acabei de ser empurrado para a “hora de acordar” e não posso me atrasar, antes que eu perca a oportunidade de adiantar a minha história.

Criar, Pensar e Tempo


Estou criando por estar em um momento ócio urbano, pois “parar” quer dizer “programar o que vou fazer”. Dormir não é mais sonhar é descansar o corpo. Comer não é mais prazer, é simplesmente necessidade. Escrever não é mais poesia, é dinheiro. Afinal, para que juntar belas palavras se temos belos números. Felicidade não é mais espontânea, ela é planejada. Brincar não é ser criança, é ser um adulto infantil. Ter um filho não é mais uma dádiva, é contratempo. Aliás, ir contra o tempo é loucura. Praticar o ócio não é mais para os superiores e sim para os vagabundos. Nos asseguramos de tantas coisas com medo do que possa acontecer a acabamos entrando em uma corrida violenta onde o final é parar em um lugar que não temos ideia de onde fica. Estamos pensando tanto que não paramos nenhum momento para pensar o porquê de pensar tanto. Afinal, os tempos mudaram, o tempo não para, e acabou de passar 55 segundos da sua vida.


Sentimentos

Vejo milhares de sorrisos em volta de mim, gostaria de estar sorrindo junto com eles. Eu libertei toda a poesia que poderia estar presa em mim, transformei cada mágoa na mais bela obra de arte, cada cor escolhida para compor este quadro foi escolhida pelo meu coração, pobre coração. Nunca tinha entendido como as estrelas funcionam. Hoje, sei que aquele pequeno ser tem tanta luz, pois a sinceridade de seus sentimentos provocou isso. Como a raiva é útil para expressar felicidade. A dor é necessária, assim como a água, ela pode matar a sua sede de conquista. Passamos a vida inteira procurando um brilho nos olhares alheios, e nunca olhamos na frente do espelho para procurar o nosso. É tão difícil conversar consigo mesmo, é mais fácil falar com o outro, que com certeza, esta querendo o meu brilho. Neste mundo todos procuram uma chance, isso é fato, porém, as pessoas nunca dão oportunidade para os seus sentimentos reais, e quando isso acontece, a quantidade de dúvidas que surgem é gigantesca, explosiva. E no fim, tudo acaba se queimando, a dor, o sorriso, a felicidade, a tristeza, o medo, a esperança, o amor. Você. Eu. Sim, fico feliz de vocês estarem sorrindo. Este era o meu objetivo. O meu objetivo.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

COGITATIONES


Resolvi um dia escrever para afogar as minhas dores e guardar as minhas lembranças. Resolvi escrever para contar os meus segredos e destruir os meus inimigos. Resolvi escrever por alegria, tristeza, prazer e angústia. Resolvi escrever por mim, pelos meus pensamentos, pelas minhas COGITATIONES.