quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Entre a sorte e o azar

Zico era um menino muito azarado. Tudo dava errado em sua vida de pré-adolescente. Até que um dia, logo depois de cair da cama, como sempre, ele resolveu mudar essa situação definitivamente. Então começou a ler desesperadamente sobre o assunto e encontrou uma possível solução. Ele teria que subir na árvore mais alta que encontrasse e gritar o mais alto que pudesse. Depois de ter deixado o livro cair em seu pé, ele resolveu ir em busca da grande árvore. Andando pela cidade, encontrou um Jatobá, que ficava ao lado de uma emissora de rádio. Ele começou a subir, machucou os pés, as mãos, a barriga e mais algumas partes do seu corpo. Quando chegou lá em cima, gritou com toda a força. No mesmo instante, Afonso que é locutor do programa “barulho do momento”, estava bebendo o seu café tranquilamente, olhando a paisagem pela janela. Ao ouvir o grito se assustou, e deixou cair todo o seu café que atingiu a cabeça de Dona Vera, uma mãe que passeava com o seu bebê Adolfo, dentro do carrinho, que gritou de dor por conta do café quente que cobriu o seu rosto. Ela empurrou o carrinho da criança, que foi direto para um cruzamento, fazendo com que todos os carros parassem imediatamente. Mas com o freio brusco, a calota do carro de Fred, o taxista, saiu rolando rua abaixo, passando por cima do rabo do gato Nino, que deu um salto e caiu no colo do Adão do lixo, que acabou sendo todo arranhado pelo gato assustado. Depois do Nino sair correndo de seu colo, em plena fúria, ele pegou uma pedra que estava no chão e atacou em direção ao gato, mas errou e acabou acertando a cabeça de Manuel, pintor profissional, que carregava uma lata de tinta vermelha, que com a pancada, acabou deixando a cair no chão e atingindo os pés de madame Mercedes, que ficou desesperada por manchar seus sapatos de pele de mão pelada. Ela saiu correndo em direção ao seu carro e esbarrou em uma escada onde estava o eletricista Teco, que acabou caindo em cima do carro do policial Fontes. Ele saiu do carro, xingando o eletricista. Sem pensar, pegou sua arma e atirou no pobre coitado, mas errou, atingindo a mão do vendedor de balões de ar, que por sua vez, deixou todos os balões escaparem. Zico, ainda estava em cima da árvore, pois quando olhou para baixo não teve mais coragem de descer, quando viu os balões vindo em sua direção, deu um pulo e tentou pegá-los, mas infelizmente não conseguiu. Zico finalmente conseguiu sua sorte tão almejada, pois mesmo estragando o dia de tantas pessoas, todos apareceram no seu velório, e choraram sinceras lagrimas pelo garoto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário