quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Dois cafés e varias lembranças

Aceita tomar um café?  Que bom! Sente-se. Há quanto tempo não paramos para conversar? Você lembra de como éramos felizes com tão pouco? Os sorrisos se manifestavam quase que por instinto. Ficávamos juntos 18 horas por dia. Era da escola para o serviço, e logo ao chegar em casa eu te ligava, morrendo de saudade. Você não vai tomar o seu café? Eu me lembro de uma vez em que você ficou doente. Confundiram o seu diagnóstico e disseram que não havia cura. Não sei  como estou aqui te contando isso, pensei que iria morrer de tanto medo. E quando soube que era engano, eu já tinha certeza que você era especial.  Ouça o que eu digo, vai esfriar, beba. Coloquei pouco açúcar, do jeito que você gosta. Quero te dizer uma coisa... Lembra daquele dia em que você me chamou para a sua formatura e eu não fui? Eu menti para você. Eu não precisei ficar até mais tarde no serviço, mas sinceramente eu não conseguiria ver você partindo. Você estava tão empolgada com a sua independência, que tenho certeza de que não largaria tudo para ficar comigo. Eu faria isso. Mas agora é tarde, você realmente se foi  naquele dia. E depois de tanto tempo, eu te encontro aqui, no último lugar em que eu esperava te encontrar.  Por isso, lhe trouxe essas flores e esta xicara de café. Para relembrar e lamentar o quanto eu queria estar ao seu lado quando você partiu para sempre.

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