segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Na mesma estrada

O Farol do carro me cega e eu não consigo me mover.
A decisão de enfrenta-lo foi minha, sozinho, em meio à escuridão das minhas preocupações. Estiquei os braços e permitir que a situação me atravesse e me levasse para qualquer lugar.Só queria sair daqui.

Olho o líquido escuro e quente que formam desenhos na minha xícara e me pergunto: Porque não queremos tomar juntos esse café? A distância gera sabedoria, mas também traz novas percepções. A visão pode se alterar conforme o ritmo das lágrimas, mas o coração só acelera conforme o impulso dos sentimentos mais profundos. Amor, ódio, paixão, angústia, saudade. A principio a luz neon dessa carroça metálica não pode enxerga-los. Mas o motorista que me persegue sabe que só me joguei nessa estrada, pois não temo mais a morte e sim a perda. Mesmo que ela não faça mais sentido.