segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Quando um futuro sol chegar

Quem dera se o único problema fosse o tempo feio.
Antes de acordar minha cabeça já fica nublada, a mente viaja para o futuro buscando um bom argumento para continuar.
Decidi não te incomodar mais, comecei hoje a operação “limpeza de fracasso.”
Parabéns, você esta livre.
E o que é a liberdade mesmo? Dança solta no ar de expressões? Poema perfeito diante do sol em movimento?
Muito detalhe, a prisão é mais seca.
Fode saber que tudo depende de mim. Esse deve ser o maior de todos os meus problemas.
A minha dramatização e os meus choros já estão confortáveis nos rascunhos jogados no chão.
É fácil apontar o dedo na minha cara e falar: “toma uma atitude”, mas saiba que só estou sentado agora para não abrir uma ferida nesse seu coração torto?
Talvez o erro seja esse, me colocar na frente do trem para salvar você de perder a estação.
Enquanto eu fico nesse inverno eterno a espera de um fecho de luz qualquer.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Vidro

A janela está embaçada com o meu sopro frio e conformado.
Olho o amanhã com uma perfeita paz.
Aquele medo de perder a vida em cada indecisão já passou.
A minha preocupação nesse momento está na sua dúvida.
Já me sinto confortavel na falta de explicação de suas atitudes, mas vejo que isso te incomoda.
Resolva por você!
Minha angustia foi aniquilada de vez.
Faço desenhos aleatórios com o meu indicador no vidro humido enquanto olho o seu olhar mais distante que as estrelas.
Torço pelo o seu amor, pois os meus sentimentos amorosos já se esvaíram.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Para acordar ou ficar no meio do mesmo lugar

Os móveis correm por mim, me empurram, me chateiam.
-“Mova-se”, disse o criado mudo que soltou a gaveta que caiu no meu pé, no meu chão.
Vozes me perseguem, o rádio liga, estação popular, estação sazonal.
A luz já não quer ficar acessa.
Desliga.


Você chega de repente apontando o dedo na minha cara, me jogando
contra a cama que descansa de mais uma noite ofegante, sua ira me amarra
no pé da sua razão, já não preciso criar expressões pois suas mãos batem em todas elas.
Sou acusado de não girar junto com o mundo, de me entregar no rio sujo, rio ausente.
Penso.


Tanto faz voltar para o passado para corrigir erros, ou viajar para o futuro para evita-los.
Tanto faz questionar o inexplicável, pois ele está se fodendo para as minhas perguntas.
Tanto faz correr atrás da luz, pois ela já descobriu que não é obrigado a iluminar nada.


Se todos já sabem a verdade que desejam, por que mentir?

Passa assim

Passa no tempo vontades e desejos
Passa no tempo.

Volta pra rua na chuva, no vento, no tempo
Passa a rua


Vaga simples por si, por ti, por fim
Passa por mim


Volta as discussões, encontros, manias, revoltas
Volta para o fim.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Para te olhar

Em cima da lua eu vigio o seu caminhar pela rua.
Vaga com uma leveza que impressiona até a mais bela das aves.
Eu chamo, aceno, grito mas você não consegue me ouvir.
Como é possível um sentimento tão forte por alguém tão distante?
Como é possível se entregar em uma paixão por alguém que nem sabe que você existe?
Eu fingi não saber.


Neste momento, as ruas viram passarela para o seu andar distraído.
Se o céu fosse tão atraente quanto os pensamentos que te perseguem
eu tenho certeza que você me veria na lua.
Eu jogaria a minha escada de estrelas, te ajudaria com a brisa noturna e
estenderia a minha mão para te dar segurança.
Fico te admirando e sonhando quando será esse encontro que eu tanto almejo.
Talvez ele nunca aconteça, mas já valeu a pena conquistar a lua só para te olhar.