quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Olhos tortos

Estou completamente parado no meio dos cavalos de raça. Sem apostas, sem grana.
Estou a beira da depressão com um copo de suco na mão perguntando para o meu cachorro: onde foi que eu acertei? Sim, é complicado. Estou enferrujado e a minha criatividade vive trancada em mim.
Se ao menos eu tentasse realizar um terço daquilo que eu havia me planejado, eu poderia estar satisfeito. Mas o problema não sou eu, e sim os meus sonhos que insistem em me lembrar que eu ainda não estou feliz. Foco na luz, em todas elas, em todos os postes, lanternas, smartphones e lampejos. Só não tenho mais brilho nos meus olhos tortos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Do meu umbigo

A cada passo tatuado nas ruas, um olhar perdido me metralha.
Uns reprovam as minhas roupas, outros o meu chapéu e muitos o meu sorriso.
Os casais caçoam da minha solidão, os religiosos dos meus pecados, os políticos do meu voto.
Todos possuem motivos deveras importantes para me levar a pensar sobre a minha existência diariamente.
Sobre as minhas escolhas e os meus penteados.
Querem me ajudar, enxergam além da minha alma e sabem exatamente do que eu preciso.
Quando eu abro os olhos já estou andando na contra mão com um motoqueiro me encarando.
Eu lhe atrasei.