quinta-feira, 28 de maio de 2015

Decisão

Um ritmo pulsante toma conta do meu corpo.
Não consigo mais controlar os meus sentidos e os meus pensamentos.
Todos os lugares andam inconstantes, as minhas lembranças me carregam sempre para o mesmo ponto. O nosso ponto.

Naturalmente o tecido da sua camiseta desliza pelo móvel trepidante.
Entrei em um estado de pânico e tesão e me vejo em um dilema de uma decisão imediata.
E então vem a escolha, o caminho sem volta.
Me jogo de cima de penhasco de minhas emoções e me entrego em uma dança volúpia.
Cada parte do meu ser treme junto as batidas do seu coração.
Fico marcado pela sua insanidade e me deslumbro com um olhar pertinente.
Um olhar que há tempos esperava.

O tempo contínua andando para gente.
Mas agora estamos no controle.
No tempo de nossas ações.

terça-feira, 26 de maio de 2015

A escada

A cada degrau um perigo iminente.
Corpos deslizam em um corrimão sem volta.
O desejo sobrepõe o medo a cada segundo.
Subindo cada vez mais para o teto em chamas.

Dentro os ecos das paredes solitárias, se ouve um gemido.
O prédio balança em meio a uma excitação.
Alem do desejo se ouve o carinho e amizade.
A escada leva o casal para o caminho da intimidade.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Quero falar

Não quero falar de amores de contos de fadas ou dos livros de Green.
De uma doença que envenena a alma e não te faz procurar a cura.
De frios na barriga ou arrepios intensos na nuca.


Quero falar de gostar de alguém, querer estar perto.
Colocar limites para não se machucar, mas se molhar na chuva para proteger o outro.
Quero falar de realidade. Da espera de uma resposta diferente, de uma decepção por falta de um elogio ou um beijo por uma ousadia insana.
Quero entender como é querer muito ficar com alguém que nunca saiu da sua cabeça.
De passar horas brincando de autor e escrever um livro de como poderia ser.
De olhar nos olhos e sentir uma fisgada no coração.


Quero falar de um amor palpável.
Mãos em pernas e cabeças foras do ar.
De falar bastante e nunca falar o necessário.
De ter medo de perder alguém que ainda não é seu.