segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Eu Sol

Qual é o limite do egoismo? 
Uma tarefa árdua e irritante é entender a linha tênue do amor próprio e o egoismo. 
Formas de evitar um temporal de pedras que me julgam antes mesmo das minhas ações.
Me doou com dedicação ao próximo esfolando os meus joelhos diante de suas conquistas.
Conquistas individuais.
Não vejo mais a minha sombra. Onde ela está quando eu preciso?
Sigo sim, no caminho solo dos meus sonhos.
Sei que os meus anjos estarão comigo, mas até eles merecem descansar.
Enquanto isso, me vejo, me mostro um mundo novo. Um mundo onde eu me permito.
Se o importante é morrer sendo amado, me torno Narciso e conquisto o amor eterno de meu reflexo. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Quando um futuro sol chegar

Quem dera se o único problema fosse o tempo feio.
Antes de acordar minha cabeça já fica nublada, a mente viaja para o futuro buscando um bom argumento para continuar.
Decidi não te incomodar mais, comecei hoje a operação “limpeza de fracasso.”
Parabéns, você esta livre.
E o que é a liberdade mesmo? Dança solta no ar de expressões? Poema perfeito diante do sol em movimento?
Muito detalhe, a prisão é mais seca.
Fode saber que tudo depende de mim. Esse deve ser o maior de todos os meus problemas.
A minha dramatização e os meus choros já estão confortáveis nos rascunhos jogados no chão.
É fácil apontar o dedo na minha cara e falar: “toma uma atitude”, mas saiba que só estou sentado agora para não abrir uma ferida nesse seu coração torto?
Talvez o erro seja esse, me colocar na frente do trem para salvar você de perder a estação.
Enquanto eu fico nesse inverno eterno a espera de um fecho de luz qualquer.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Vidro

A janela está embaçada com o meu sopro frio e conformado.
Olho o amanhã com uma perfeita paz.
Aquele medo de perder a vida em cada indecisão já passou.
A minha preocupação nesse momento está na sua dúvida.
Já me sinto confortavel na falta de explicação de suas atitudes, mas vejo que isso te incomoda.
Resolva por você!
Minha angustia foi aniquilada de vez.
Faço desenhos aleatórios com o meu indicador no vidro humido enquanto olho o seu olhar mais distante que as estrelas.
Torço pelo o seu amor, pois os meus sentimentos amorosos já se esvaíram.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Para acordar ou ficar no meio do mesmo lugar

Os móveis correm por mim, me empurram, me chateiam.
-“Mova-se”, disse o criado mudo que soltou a gaveta que caiu no meu pé, no meu chão.
Vozes me perseguem, o rádio liga, estação popular, estação sazonal.
A luz já não quer ficar acessa.
Desliga.


Você chega de repente apontando o dedo na minha cara, me jogando
contra a cama que descansa de mais uma noite ofegante, sua ira me amarra
no pé da sua razão, já não preciso criar expressões pois suas mãos batem em todas elas.
Sou acusado de não girar junto com o mundo, de me entregar no rio sujo, rio ausente.
Penso.


Tanto faz voltar para o passado para corrigir erros, ou viajar para o futuro para evita-los.
Tanto faz questionar o inexplicável, pois ele está se fodendo para as minhas perguntas.
Tanto faz correr atrás da luz, pois ela já descobriu que não é obrigado a iluminar nada.


Se todos já sabem a verdade que desejam, por que mentir?

Passa assim

Passa no tempo vontades e desejos
Passa no tempo.

Volta pra rua na chuva, no vento, no tempo
Passa a rua


Vaga simples por si, por ti, por fim
Passa por mim


Volta as discussões, encontros, manias, revoltas
Volta para o fim.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Para te olhar

Em cima da lua eu vigio o seu caminhar pela rua.
Vaga com uma leveza que impressiona até a mais bela das aves.
Eu chamo, aceno, grito mas você não consegue me ouvir.
Como é possível um sentimento tão forte por alguém tão distante?
Como é possível se entregar em uma paixão por alguém que nem sabe que você existe?
Eu fingi não saber.


Neste momento, as ruas viram passarela para o seu andar distraído.
Se o céu fosse tão atraente quanto os pensamentos que te perseguem
eu tenho certeza que você me veria na lua.
Eu jogaria a minha escada de estrelas, te ajudaria com a brisa noturna e
estenderia a minha mão para te dar segurança.
Fico te admirando e sonhando quando será esse encontro que eu tanto almejo.
Talvez ele nunca aconteça, mas já valeu a pena conquistar a lua só para te olhar.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O barco

Te encontramos no portão, sem lenço e sem chão.
Me desmancho contigo, não sou forte e nem são.
Fazemos de tudo para conter suas lágrimas, cada sorriso conquistado nós move a continuar viver.


Se assim pudéssemos, viveríamos eternamente em um barco que no momento exato atravessa um arco de cores em busca do porto mais próximo. Um barco que Combate-se as tempestade mais furiosas, animais mais medonhos e continua-se com o seu casco intacto.
Um barco resolveria tudo. Mesmo nos dias de chuva, pois as gotas que caíssem, só iriam acentuar a sua beleza e a brisa te deixaria leve, solta sem problemas, sem obrigações, sem-limites.

Mas estamos longe do mar. Só estamos na sua cozinha fazendo mais uma de nossas piadas sem graças para te distrair.
Meia-volta e você lembra de tudo, das decepções, das magoas e das dores. Todos a sua volta fazem um silêncio respeitando o seu momento.
Um ar trágico carrega o ambiente, e todos nos sentimos na obrigação de cravar uma guerra contra todos que possam causar qualquer incomodo para você. Sem-notarmos, sua felicidade brota quase que espontaneamente e uma bandeira branca se faz presente.

Mesmo sem barco, atravessaríamos o oceano para auferir o seu sorriso.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sorriso leviano

Bolso, tempo e coração rasgado.
Vida inteira pela metade do limite.
A mulher que me ajuda cai em prantos.
Apunhalei ela pelas costas igual uma rosa que esconde os seus espinhos.
Chora com gosto pelo desgosto da vida.
Eu não choro mais. Não consigo.
Os sentimentos que me levava ao escorrer das minha lágrimas evaporaram com o passar do tempo.


Mais eu ainda sofro. 

Não pra você. 
Só por você.

E pelas bombas da desordem monetaria, pela hipocrisia da sua felicidade, por não conseguir dar uma abraço em quem precisa,
pela prisão da carreira conquistada, pela chance de ser melhor que alguém, pelos orgulhos que posso ferir, pelos segredos que me sufocam,
pelo desprezo inconsciente da pessoa que eu amo e pela redundância de afogar os problemas em palavras em vez de ações.
Ainda o meu rosto esta seco. Afirmo isso com um sorriso leviano.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Talvez

Esses lençóis estão me incomodando mais que o comum nesta noite.
As vezes é por conta do seu cheiro que os impregnou.
Esse cheiro ominoso que eu me pego todas as noites envolvido, a procura
de um abraço, ou apenas uma companhia para aqueles dias que as cadeiras estão vazias.
Hoje o ambiente parece mais quente que o comum, mesmo com a garoa que cai de encontro a telha quebrada.
Talvez isso aconteça pois ainda sinto o seu calor me esquentando, suas risadas ecoando preenchendo todo o vazio desse quarto e do meu coração.
Não vou conseguir dormir mais uma noite e isso já não importa.
Eu só queria entender a dor da saudade daquilo que ainda não aconteceu.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Um bailaor

As luzes já me cegam, mas dessa vez sei onde estou.

Tudo ao meu redor é devastado, a lua cheia surge inexplicavelmente sob os meus pés. Tenho acesso a outras culturas, outras vidas, outros amores. Sinto a solidão, porém, enxergo mil olhos me interrogando. Gosta da presença deles. A música começa a elevar-se, uma platéia surge transbordando energia, o cajón se conecta com as batidas do meu coração e finalmente o mundo começa a brincar de roda. Proporciono um terremoto junto com os acordes que desafiam a minha alma. O meu corpo reage por instinto, se contorcendo com o ritmo pulsante que se expande e penetra na áurea dos desavisados. Não há escapatória! Eu não quero escapatória. Por alguns segundos consigo a proeza insana de desligar a minha mente.


As luzes ainda me cegam, mas desta vez eu sei quem eu sou.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Para não ficar na memória

Não quero que me prenda em um porta retrato qualquer.
O meu antigo desejo de me mostrar feliz através de poses esdrúxulas,
já não me satisfaz. Aquelas fotos gritam comigo me punindo por
força-las a uma prisão de sorrisos eternos em filtros monocromáticos.
O cliché da vida perfeita sem cor.
Quero acontecimentos reais a todo estante, cansei de representações
de cachimbos dentro de superficies plásticas.
Não precisa registrar essas palavras, deixarei elas soltas no ar.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Deixo a sina me levar

Já não sinto mais as ações do universo.
Uma ventania áspera me carrega para a cadeira de obrigação.
Sou mais um caminhando pelas ruas dos carros.
Os faróis irradiam pelos becos noturnos substituindo as estrelas.
Já não sou o homem que admira a lua cheia.
Hoje ela se esconde no fundo da tela do meu computador.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Drama do adeus

Inspirado em textos de autora anônima.

Eu resolvi que vou te deixar.
Não aguento mais ficar preso a uma pessoa que não me da valor.
Talvez eu sofra o quão esperado.
Mas não importa, ainda acredito na minha felicidade.
Seja ela real ou não.
Eu sei que você não vai atrás de mim e nem vai me segurar em seus braços.
O importante é que você saiba que a culpa não é sua. 

Afinal, você não sabia que já era tempo de me amar. 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Meu silencio

Agora não a muito o que fazer.
De sua voz, ouço gemidos um tanto quanto agudos para o seu porte.
Minha mão está dolorida de servir de ancora para o seu desespero.
Mas tudo bem, eu que me ofereci.
As paredes verde, o copo de água pela metade, o silencio.
A televisão está ligada por mero costume. Sem áudio, sem vida.
Agora, eu sinto aliviar a dor da minha mão, aos poucos.
Começo a lembrar como chegamos até aqui, um pouco antes do bolo de fubá.
O silencio foi ampliado. Os seus finos gemidos se esgotaram.
Sua mão caiu na cama, fazendo um barulho abafado, oco.
Em vez de termino, tudo começou:
Pessoas correndo atrás de médicos, barulhos de sirenes, passos contínuos,
aparelhos elétricos, choros desacerbados, lágrimas contidas, terra nos sapatos,
barulho de pá, café muito quente, soluços, últimas palavras, garoa fina.
Alguém falava em uma velocidade absurdamente lenta comigo, com o intuito de me
explicar o que havia acontecido. 
Mas eu estava lá, eu presenciei tudo.
Eu apenas não disse nada pois sabia
que nos veríamos todas as noites de céu estrelado.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Reflexões banais

Você entende a questão?
Como posso confiar em alguém que eu não tenho certeza que exista?
Como eu posso acreditar no amor se nem ao menos cheguei a conhece-lo?
Se pararmos para pensar na vida, veremos que ela não faz sentido algum.
Por outro lado, a morte também não me conforta.
Como posso preferir o frio da incerteza se o calor do pouco
que eu sei ainda mantém os meus pés aquecidos?
É obvio que você não entende a questão.
Você não possui nem se quer uma sombra

terça-feira, 22 de julho de 2014

Hoje eu preciso

Baseado no texto “Minta pra mim” do Alexandre Nero

Hoje eu preciso que o seu lado maligno se mostre e me engane descaradamente.
Hoje eu preciso de um abraço forte depois de falar por horas e de uma profecia do seu oráculo interior dizendo que amanhã será um dia melhor.
Hoje eu preciso que você dê risadas das minhas lágrimas e me mostre uma filosofia
barata de que eu estou melhor que muita gente.
Hoje eu preciso que você finja que esta prestando atenção em mim, mesmo que a sua
mente suja esteja com outras intenções.
Hoje eu preciso estar com a razão.
Hoje eu preciso que você me traga chocolate ou qualquer coisa destrutiva, que faça eu te odiar no dia seguinte por esse presente inoportuno.
Hoje eu preciso de um tapa na cara, de um soco no estomago e ouvir elogios em seguida que faça sentir vergonha de tudo o que reclamei.
Hoje eu preciso saber se você vai estar aqui amanhã.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Expresso labirinto

Vaga justamente você, deus do tempo, dono de minhas horas
No labirinto de sua face, me perco em expressões vagas
No vagão das seis, você se esconde
Sem destino, cem pretensões
O tempo se desfez de suas mãos
Vaga em busca do poder
E poder ter mais uma vaga
No trem da minha vida.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

I like your body

Baseado no poema I like my body de Ana Martins Marques.

O corpo que vejo
seu e meu desejo
no quarto, no ato
mato o anseio
suas mãos
minhas mãos
o olhar de sempre
seu sorriso leve
minha leveza resplandece
meus joelhos encaixados
com os teus joelhos
novamente sua mão
minha mão te persegue
um só corpo bonito
for the time being
só o seu, só você.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Visual novo

Baseado no livro Histórias Reais de Sophie Calle.

Eu tinha acabado de casar quando eu descobri que estava com câncer. Conforme comecei o tratamento percebi que logo mais teria que pensar em um novo visual. No dia 29 de Agosto de 2001 em uma sexta-feira à noite na casa da Srta. Bueno, depois de cada estocada da tesoura prata eu via os meus cabelos forrarem o piso branco. Depois daquele dia até o natal do mesmo ano, eu fui a amante ruiva que o meu marido sempre desejou.

terça-feira, 27 de maio de 2014

(!)?

Organizando os sentimentos em palavras embaralhadas e mal acentuadas, você se identifica com a minha maneira de tentar transformar carvão em diamante. Você me assusta com tanta atenção aos meus devaneios, me deixa nervoso com tanta perfeição em seus rascunhos e me faz rir diante de nossas historias malucas evidenciadas em uma conversa de portão. O que somos? Nem nós mesmos sabemos. Talvez você seja a pontuação correta na minha desregrada ortografia, ou eu sou a trema que não aceita ser excluída, e continuo a andas sobre suas palavras. Mesmo que eu caia e fique na vertical e vire “dois pontos”, não ligarei de te ajudar em exemplos ou ser o leque que abre para outras opções. Pois sei que neste amontoado de palavras sem nexos, nós nunca teremos um ponto final

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Eclipse

Mal podendo enxergar por conta da luz do sol que resolveu-me prender em um momentâneo eclipse, sinto apenas a sua presença. Uma mão em meu ombro me mostra que por uma questão de tempo eu não estava sozinho… Como sempre. Me viro e me deparo com uma sombra, sua formosa silhueta me agrada, as mão trêmulas, respiração ofegante, sabíamos que era o último encontro. Eu fiz perguntas, você não as respondeu, pelo menos não da maneira de que eu gostaria. Me senti indefeso como um ser que acabou de vim para o mundo sem saber o porquê. Começamos a relembrar, eu dava gargalhadas com gosto salgado das minhas lágrimas que estavam em perfeita sincroniza com as batidas do meu coração.
Uma brisa, um último suspiro, um beijo eterno e um olhar sentido. Aquele fim era tão previsível e tão inesperado que dava medo. Um medo cheio de significados confusos e irônicos. O eclipse acabou, a sombra acabou, as lágrimas secaram e por fim… O fim.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Manchas

Devagar, tecendo o escurecer, te faço noite. Crio o cenário perfeito para inseri-la em meu papel. Faço da sua vida um faz de conta, resolvo os seus problemas com a ponta da tinta fresca. Apago os seus pensamentos pessimistas, sou dono de sua silhueta, os meus rabiscos são o teu corpo, brinco de ser Deus.


Até que eu paro e analiso a minha criação. Todas as paredes voltam em seus devidos lugares. O silencio não existe mais, o meu relógio ganhou vida, a luz iluminou o ser das sombras e o dia voltou a correr. Retornei a ser escravo dos meus sonhos capitalistas, voltei a ser livre na minha gaiola de plástico e me embriaguei do mais puro café frio para sobreviver até o fim do dia. Para em fim desenhar em teu rosto de vidro, manchas de um amor platônico.

domingo, 30 de março de 2014

Lembranças perdidas

Recorda de mim?

Brincamos de momento, com os ponteiros do tempo, deitados na grama, despedaçando flores, cortejando o vento, vendendo talento e escultando os corações apaixonados. 
Estávamos livres, nos prendendo em bagunça, beijando o mar, dançando no ar, comendo com a mão, sem praticar as regras da vida. 
Pulava no alto e caia de baixo das suas asas, beijava o seu pescoço com preguiça de chegar nos seus lábios.

Lembra da gente?

Eu estava sempre com frio, com medo, com fome, com raiva, com tudo que você tinha. Me fortalecia com a sua preocupação, me embriagava de ingratidão, falava coisas sem sentidos e você dava risada.
Eu toquei a sua campainha em uma noite de pouca luz, te apresentei a minha dança e você me conduziu. Na doçura de minhas palavras você se iludiu.

Se por caso eu não deixei pistas suficiente, olhe-se no espelho dos meus olhos aflitos. Ache qualquer adjetivo para a minha aparência atual, porém, lembre-se, de que a minha forma não vale tanto quanto o que já fomos um dia. De que as marcas do seu pescoço nunca mais assumiram a mesma cor de outros. Que o meu frio vai continuar para sempre, mesmo que você me queime de suas memorias.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Boa noite

Dorme, respira de vagar enquanto acariciou os seus cachos.
Dorme, sonhe com um mundo incrível, onde suas regras são as únicas que presidem.
Dorme, descansa o seu corpo, sua alma, prepare sua mente para o novo amanhã.

Sob a lua que clareia todo o seu quarto imenso, as estrelas que vagueiam pelo céu intenso,
dorme por prazer e não por obrigação. Dorme com alivio e sem preocupação. Deixa que eu vigio, que eu
te protejo, permita que eu use a minha insonia provocada pela sua beleza radiante para lhe proporcionar segurança. Deixa que eu seguro sua mão, que eu te esquento com o meu corpo. Deita no meu peito e ouça o ritmo que você deixou o meu coração.

Feche os olhos e me deixa no escuro do seu quarto grande.
Feche os olhos e me deixa ser o escudo no seu quarto grande.
Feche os olhos e...


domingo, 9 de março de 2014

Cinzas

Com a cabeça meio aberta e os olhos em chamas, minha caneta se põem a compor a valsa da morte. Calculando cada diâmetro do circulo de suas ações, estou prestes é reescrever sua historia. Sem a magia da ética que te protege, sem armadilhas de bom senso que me perseguem, sem remorso, sem escrúpulos, cem rascunhos ao lixo. Uma elaboração sem erros nasce em um dia que falece com o pôr do sol. Fora do clichê cinematográfico e dos impulsos homicidas da improvisação, em uma folha sem linhas surge um roteiro maravilhoso, que não desconsidera a sua astucia, porém, consegui ir além da sua perspicácia. Um confronto letal não divulgado, sem regras e sem volta.

Um motivo? Tenho mil deles, entretanto, a maioria não faz sentido. Tudo é apenas um desabafo de uma alma que cansou de apanhar de sentimentos contidos. Sua sentença é a minha liberdade para uma outra prisão suicida. Diante de uma trincheira, almejo que o seu corpo seja o meu ponto de partida para uma bandeira branca, mesmo que esteja manchada de sangue.

sábado, 1 de março de 2014

Perda

Dos sonhos mais lindos me restaram o sono
Da fé mais confortável me sobrou as dúvidas
Das palavras mais belas recuperei algumas letras
Das lagrimas mais doloridas não me restou nenhuma gota.

O que me foi ensinado foi inútil, pois não foi vivido antes para ver se era o certo. Mudei escolhas, perdi pessoas, para descobrir que o meu rascunho era o meu triunfo. O que fazer quando se perde uma poesia? O que fazer quando se erra uma melodia? O que fazer quando se deita por sobre a vida? Interpretei meu eu ao contrario na peça que me pregaram. Fui traído pelo meu próprio sorriso forçado diante ao espelho, me escondi no reflexo de minha herança, cresci de baixo da minha cama e não percebi que uma hora a madeira não ia aguentar. E tudo foi embora: a madeira, o sorriso, a poesia, as lagrimas, as palavras, a fé, os sonhos e você!