quinta-feira, 25 de junho de 2015

Touca vermelha

Mais uma vez a touca vermelha cobre a minha depressão.
De braços cruzados na frente do trem, vejo a minha vida passar.
Entre os trilhos procuro fragmentos de uma angústia desnecessária.
É incrível a maneira em que a vida te deixa no equilíbrio perfeito, pois ao mesmo tempo em que você alcança o mais belo dos sentimentos, ela te presenteia com a dor mais profunda.

Aquele olhar marejado, avistando uma abundancia de nada, me leva ao ponto de partida.
Um ciclo de lembranças e lamentações me empurra a um precipício de dúvidas.
Em qual momento eu errei? E qual é o erro? Sonhar demais.
O sonho acordado é um perigo incontrolável de desejos insanos e tesão desenfreado.
A partir do momento que você consegue a alavanca que desliga a realidade para entrar em um mundo psicodélico de subversões, os seus pés automaticamente te levitam direto para o seu subconsciente inconsequente. Faca de dois gumes que corta apenas um lado do corpo.

A touca vermelha mente na cabeça quente.
O espelho reflete um olhar confuso.
Por um momento, as paredes assistem uma dança louca de um homem solitário.
A música alta e a bebida barata, se encontram na alma do poeta perturbado.
Sim, é possível criar uma crise no meio de um dia ensolarado. Até porque, nem todos possuem uma sombra de proteção.

Não seguro as lágrimas para aparentar força.
Não sorrio sempre para demonstrar alegria.
Não respiro fundo para bancar o romântico.
Eu só brinco de viver.
Só tenho uma vida para me preocupar com tudo isso e ser feliz.

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